“Tô bem, só cansado”: o cansaço emocional fantasiado de normalidade
- Andrea Nascimento
- 2 de jun.
- 1 min de leitura
Sabe aquele “tô bem, só cansado” que você solta no automático quando alguém pergunta como você tá? Pois é. A psicanálise escuta isso e pensa: “Será mesmo só cansaço ou é a alma querendo férias do mundo?”

Vivemos numa era em que estar exausto virou sinal de produtividade. Se você tá dormindo bem, comendo direitinho e não tem três reuniões marcadas ao mesmo tempo, tem gente que acha que você tá “sem fazer nada”. E aí, quando o corpo reclama ou o desejo evapora (e sim, isso inclui o desejo sexual), a culpa é do estresse, da rotina, do tempo, do trânsito... menos da gente.
Minha proposta é simples (mas nem sempre fácil): olhar pra dentro. Vem comigo?
– O que você tem feito com o que sente?
– Quanto da sua energia vai pra sustentar uma imagem de "forte" ou "inabalável"?
– Você ainda se reconhece nos seus próprios desejos?
Fingir normalidade é um esporte coletivo. Mas escutar o que está por trás do “tô bem” pode ser o primeiro passo pra deixar de viver no modo piloto automático e começar a viver no modo "eu comigo mesmo".
Porque às vezes, o cansaço não é só físico. É emocional, psíquico, silencioso… e merece atenção.
Spoiler: cuidar da mente é tão importante quanto pagar boleto. E às vezes, até mais.
Andrea Nascimento
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